Gerdau terá que compensar danos ambientais

Atividades da empresa causaram, em 2008, a destruição total de uma caverna situada ao pé da Serra da Moeda, em Minas Gerais.

espaço vital – Wanderlei Salvador

Atividades da Gerdau causaram, em 2008, a destruição total de uma caverna situada ao pé da Serra da Moeda, em Minas Gerais. Agora, ela terá que ajudar a proteger patrimônio espeleológico na província calcárea de Arcos-Pains, que abrange os municípios de Arcos, Pains, Doresópolis e Iguatama, todos em MG.

A região, localizada no centro-oeste mineiro, notabiliza-se por estar inserida em uma região rica em sítios arqueológicos e espeleológicos distribuídos em mais de 800 cavernas. Na verdade, Pains é o município brasileiro com o maior número de cavidades naturais subterrâneas conhecidas. São, em média, duas cavernas por quilômetro quadrado.

A medida é resultado de um acordo celebrado em julho deste ano entre o MPF-MG e a empresa.

O termo de ajustamento de conduta firmado pelo MPF-MG com a Gerdau visa compensar danos ambientais causados pelas atividades de mineração da empresa.

Em 2008, acidente ocorrido com a operação de equipamentos pesados resultou na total destruição de uma caverna situada na área de exploração da mina Várzea do Lopes. Situada na divisa dos municípios de Itabirito e Moeda, a cerca de 45 km de Belo Horizonte, a mina faz parte do Quadrilátero Ferrífero, área de intensa atividade de mineração de ferro.

No local, existiam 15 cavidades subterrâneas e a que foi destruída era a terceira maior delas. Laudo de vistoria realizado à época pelo Ibama apontou a relevância daquele patrimônio. Foram encontradas na gruta 52 espécies de invertebrados, dentre as quais “sete apresentavam características troglomórficas, ou seja, modificações típicas de animais que só são encontrados em ambiente cavernícola, tais como despigmentação da pele, redução dos olhos e aumento de estruturas sensoriais”.

Segundo o MPF-MG, diante da impossibilidade de recuperação específica do dano, tornou-se necessário estabelecer uma medida compensatória que fosse proporcional à perda sofrida pelo meio ambiente.

A saída encontrada foi direcionar os recursos advindos da compensação ambiental  para a proteção ao patrimônio espeleológico existente em Minas Gerais.

Após a conclusão dos trabalhos, todo o material adquirido para a realização das pesquisas, inclusive veículos, computadores,  impressoras, bússolas e aparelhos de GPS, será incorporado ao patrimônio do Ibama.

(Com informações do MPF-MG)

Reproduzido de:

O Barriga Verde > Cidadania –  16 de Novembro de 2010 – 20:04

2017-09-15T14:19:48-03:00 Categories: Patrimônio Espeleológico|0 Comments

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