Fonte: FAI.UFSCar
Investigar a fauna cavernícola brasileira com ênfase nos peixes e a História Natural de Vertebrados, por meio de trabalhos de comportamento, marcação e recaptura para obtenção de parâmetros populacionais, é o principal objetivo do grupo de pesquisa “Fauna Cavernícola Brasileira/História Natural dos Vertebrados”, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da UFSCar. O grupo é formado pela coordenadora Maria Elina Bichuette e pelos alunos Alana Rocha, Bianca Rantin, Camile Sorbo Fernandes, Diego Monteiro Neto, Giordano Ciocheti, Jonas Eduardo Gallão, Luiza Bertelli Simões, Marcella Pomarico Uchôa, Nozomi Hattori, Pedro Pereira Rizzato e Tamires Zepon.
O ambiente subterrâneo começou a ser estudado no Brasil a partir da década de 1980 e chegou à UFSCar apenas em 2006, quando a coordenadora ingressou como docente na universidade e trouxe a linha de pesquisa. O interesse era trabalhar com uma área não tão explorada no país, buscando entender os padrões e a evolução desses organismos à diversidade para propor a conservação como meta.
A linha de pesquisa desenvolvida pelo grupo é a Espeleobiologia ou Biologia Subterrânea. Ela abrange o comportamento de espécies de animais subterrâneos antigos com bastante incidência no Brasil e que estão isolados há muito tempo, principalmente os peixes, em comparação com animais de diferentes espécies terrestres. A intenção é entender as modificações relacionadas ao isolamento em escuro permanente com condições climáticas distintas.
Para isso, o grupo produz listas, pesquisa as espécies de acordo com latitudes, localidades e tipos de cavernas. O objetivo não é apenas descrever, mas também correlacionar com a biogeografia e a distribuição, e a partir daí, propor hipóteses de colonização e distribuição de fauna para entender porque cada grupo de espécies se distribui em diferentes regiões do país.
Segundo a coordenadora do grupo Maria Elina Bichuette, a partir do entendimento dessa ciência básica, a ciência aplicada é voltada para a conservação. “Considerando os dados de proteção à fauna, nosso grupo propõe a proteção de espécies novas que foram encontradas e estudadas, dando a possibilidade de protegê-las quando inseridas em lista de fauna ameaçada”. Além disso, o grupo visa a criação de parques e unidades de conservação como único meio de proteção efetiva desses ambientes no Brasil.
Outra importante contribuição diz respeito ao trabalho de extensão com Prefeituras e Parques Estaduais, como meio de fazer divulgação dos dados científicos para propostas de planos de manejo das cavernas. “O Brasil tem se destacado como um país com grande riqueza em cavernas e minérios de ferro no mundo, o que possibilita a nós pesquisadores presenciar a realidade desse ambiente”, afirmou.
O investimento em pesquisa em cavernas representa uma preocupação em demonstrar como a mineração pode ser aliada da conservação e se reverter como um bem para a sociedade por meio da proteção destas áreas. Pensando dessa maneira, o grupo trabalha regularmente com o setor público (Fundação Florestal e Prefeituras) e com o setor privado (proprietários de terras). A função é, com verba pública investida e com recursos de empresas mineradoras que estão interagindo cada vez mais com financiamentos em geologia, geografia e parque socioambiental, reverter a pesquisa em conhecimento e auxílio.
Mais informações sobre o grupo pelo
e-mail: biosubterraneo@gmail.com ou
pelo telefone (16) 3351-8798.
Texto publicado na edição de julho/agosto de 2011 do boletim da FAI-UFSCar
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Nota do GPME: O Laboratório de Estudos Subterrâneos da UFSCar é parceiro do GPME em diversos projetos de exploração e documentação, com destaque para Presidente Olegário-MG, Gruta do Riacho Subterrâneo, maior caverna de granito do Hemisfério Sul, localizada em Itu-SP, Serra do Calcário nos municípios baianos de Central, Itaguaçu da Bahia e Jussara, Rio Grande do Sul, entre muitos outros.
Conheça o site do Laboratório de Estudos Subterrâneos – UFSCar
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