Parentes mais próximos de peixe cego Australiano são encontrados em Madagáscar

Photo by J. Sparks/AMNH

Uma equipe de pesquisadores que estuda peixes cavernícolas cegos descobriu que dois grupos de peixes, agora separados pelo Oceano Índico, são os parentes mais próximos um do outro.

A equipe, composta por pesquisadores da Universidade Estadual de Lousiana e do Museu Americano de História Natural, utilizou ampla análise de DNA para determinar que ambos os grupos de peixes, um de Madagáscar e o outro da Austrália, descendem de um ancestral em comum existente antes da separação continental há 100 milhões de anos.

Os dois parentes, ambos menores do que 10 centímetros e despigmentados, são do gênero Typhleotris em Madagáscar e Milyeringa na Austrália.  Como os peixes de caverna possuem distribuição bastante restrita a cavernas calcárias isoladas, esta proximidade de parentesco é uma excitante descoberta: os dois grupos estão separados por 9.700km de mar aberto!

O estudo também resultou na identificação de novas espécies que contribuem com evidências biológicas da existência de Gondwana, o mais ao sul de dois supercontinentes que depois se tornariam a Pangeia.

“Este é um grande exemplo de biologia informando a geologia. Frequentemente é como as coisas funcionam. Estes animais não possuem olhos e vivem em cavernas de água doce isoladas, assim é altamente improvável que eles tenham cruzado oceanos para habitar novos continentes. (Prosanta Chakrabasrty, Professor Assistente e Curador de Peixes no Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual de Louisiana)”

Outro fato interessante é que uma das espécies descobertas possui coloração escura, uma característica estranha entre peixes de cavernas, que normalmente perdem a pigmentação. Mais interessante ainda é que este peixe escuro evoluiu a partir de um ancestral despigmentado, indicando que algumas espécies revertem sua evolução. Isto é intrigante, pois sugere que cavernas não são “becos sem saída evolucionária” como antes se suspeitava.

Os resultados completos do estudo aparecerão nesta semana no periódico PLoS ONE.

 

Este artigo é resultado da tradução da seguinte fonte: Caving News

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