Por Ericson Cernawsky Igual (OvO) e Carlos Henrique Grohmann (Guano)
Realizada no período de 27 de Dezembro de 2007 a 03 de Janeiro de 2008 a Expedição Serra do Calcário 2007 / 2008, organizada pelo GPME (Grupo Pierre Martin de Espeleologia) com a participação dos grupos Guano Speleo, GBPE (Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas), CEA (Centro Espeleológico de Aragon, Zaragoza, Espanha), GEEP Açungui (Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná) e CEU / UPE (Centro Excursionista Universitário / União Paulista de Espeleologia), totalizando 19 participantes.
Os trabalhos renderam a conclusão de 8 topografias, sendo que 3 cavidades já se encontravam parcialmente mapeadas, totalizando cerca de 3,5 km de linha de trena. Destaque para a Gruta da Janela dos Macacos (identificada pela constante presença de macacos em suas clarabóias, inclusive durante os mapeamentos), Gruta da Cerca e Gruta do Tonho, na faixa de 1 km de desenvolvimento cada. Também foram descobertas e plotadas outras 8 cavidades, assim como a Toca do Cosmo, no município de Itaguaçu da Bahia, pequena cavidade localizada no calcário Caatinga e amplamente conhecida, apesar de não cadastrada, pelo notável e conservado painel de pinturas rupestres, com várias representações identificadas como elementos cósmicos, sendo foco de visita em um dos dias de descanso da expedição.
O primeiro dia do ano também foi dedicado para “descanso” e visita a Gruta dos Brejões, localizada aproximadamente a 90 km de Central, com 60 km de estradas de terra, via Irecê, Povoados de Macedônia e Riachinho (Município de João Dourado). Interessante ressaltar que esse acesso encontra-se em perfeitas condições até o povoado de Brejões da Gruta, ao contrário do acesso por Ourolândia.
O campo base da expedição foi a Escola Municipal Rui Barbosa, localizada na sede do município de Central, espaço cedido através do significativo e importante apoio da Prefeitura Municipal de Central. Agradecimentos especiais a Sra. Carmélia Ferreira Machado, diretora da escola e toda sua equipe pelo excelente apoio e organização a estrutura da expedição, ao Prefeito Leo Santana, Erik Machado e a toda população de Central, que recebeu todos os participantes de braços abertos.
Nas atividades de campo, contamos com o essencial apoio de João de Dira (João Pires de Carvalho), Sr. Valdemar, Fabiano Pereira de Jesus e Oélio Maciel de Carvalho.
Membros da Expedição:
GPME – Grupo Pierre Martin de Espeleologia:
- Ana Cristina Hochreiter (Nina)
- Carlos Henrique Grohmann de Carvalho (Guano)
- César da Silva Machado Simões
- Cláudio Genthner
- Cristiana de Barros Lucena
- Ericson Cernawsky Igual (OvO)
- Fernanda Victor Ferreira (Guevara)
- Gelson Cernawsky Igual
- Patrícia Lucia Pereira (Paty)
Guano Speleo:
- Fernanda Fernandes Macedo
- Marcos Tito Tolentino (Tito)
Centro de Espeleologia de Aragon – Zaragoza – Espanha:
- Enrique Barranco Fernandez
- Mario Gisbert Leon
Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas:
- Douglas Cardoso
- Samantha Soares Ferreira Cardoso
CEU – Centro Excursionista Universitário:
- Claudia Caiado
Participação:
- Ivan Sgarbi
- Mônica Soares Ferreira
- Myrtle Shock
Comunidade local:
- Daniela (Fazenda Santo Euzébio)
- Fabiano Pereira de Jesus
- João Pires de Carvalho (João de Dira)
- Oélio Maciel de Carvalho
- Sr.Valdemar
- Valquiria Machado dos Santos
Apoio logístico Escola Rui Barbosa (Campo Base):
Coordenação:
- Carmélia Ferreira Machado
Equipe:
- Cenei Pereira da Silva
- Dalzisa Santos Nascimento
- Luci Laurindo da Cruz
- Orlenice Oliveira Chaves
- Wilemea Ferreira Paiva
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DESCRITIVO REGIONAL
Por Ericson Cernawsky Igual (OvO)
Central, pequena cidade baiana ao norte da Chapada Diamantina, entre Irecê e Xique Xique, a 70 km de distância da margem direita do Rio São Francisco, possui em seus arredores inúmeros afloramentos calcários e feições cársticas. Em especial destaca-se a Serra do Calcário, foco da expedição, localizada a noroeste da cidade e que ultrapassa os limites territoriais do município, abrangendo também as cidades de Itaguaçu da Bahia e Jussara.
O clima da região é Tropical Brasil Central, dentro do bioma Caatinga e vegetação Savana Estépica. Situa-se dentro do compartimento de relevo Baixadas dos Rios Jacaré/Salitre e Bacia do Rio Verde, afluente do Rio São Francisco.
Apesar de amplamente conhecida no meio arqueológico e paleontológico, pelas descobertas e pesquisas realizadas pela equipe da Arqueóloga Maria Beltrão, e historicamente pela passagem e batalha da Coluna Prestes, em 1926, assim como pela Seca de 1932, a cidade de Central e suas vizinhanças eram desconhecidas do meio espeleológico até o ano de 2000, ocasião que se iniciaram os levantamentos na região.
A partir de 2000, ocorreram algumas saídas esporádicas, curtas e com pequeno contingente, mas suficientes para diagnosticar um amplo potencial espeleológico.
Formada em Calcários Una, a Serra do Calcário possui afloramentos com extensão aproximada leste-oeste de 16 km e norte-sul de 3,5 km, pequena espessura, sendo característico amplos campos de lapiás, associados à vegetação típica de caatinga, formando um belo conjunto cênico. De acordo com o Mapa Geológico do Estado da Bahia (CBPM), a Serra do Calcário está definida como: Província São Francisco, Domínio Bahia Central, Neoproterozóico (Criogeniano (850-650 Ma), Formação Salitre – Unidade Jussara Superior e faz parte da Província Espeleológica do Bambuí, Distrito de Irecê (Karmann & Sanchez, 1979).
As cavernas, considerando a amostragem do que é conhecido, em sua grande maioria, por conseqüência da pouca espessura do calcário, não possuem grande extensão, tendo como padrão morfológico a existência de clarabóias, várias entradas e condutos labirínticos.
Nas cavernas com presença de água constata-se forte variação do nível da água em diferentes períodos do ano. Como exemplo, na Toca do Facão observou-se que esta variação é de aproximadamente 8m, expondo espeleotemas com possível origem subaquática nas fases secas.
No aspecto religioso, localiza-se na Serra do Calcário a Gruta dos Milagres, (Gruta da Lapinha do Pau D’Arco) localizada em área denominada Complexo da Lapinha, para onde anualmente se dirige uma procissão com fiéis de diversas origens que finaliza em missa.
Por ser uma região amplamente ocupada pelos nossos antepassados, Pinturas Rupestres são comumente observadas.
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Resumo Carste 2007:
Expedição Serra do Calcário 2004
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Algumas faixas do CD Rio Abaixo, de autoria de João de Dira:
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