No mesmo feriado (15 a 18 de Novembro) da exploração do Conduto Primeira de Suzi também realizamos outras atividades, que vamos relatar a seguir.
Terça feira, dia 15 de Novembro de 2012, continuamos o mapeamento do Conjunto Morro Preto – Couto, focando a região da ressurgência da Gruta do Couto. Na sexta feira, dia 16, seguimos para a Caverna de Santana, para a exploração da possível continuidade da Galeria Theodoro Knecht, que culminou na descoberta do Conduto Primeira de Suzi.
E no sabadão, dia 17, como ninguém é de ferro, dedicamos o dia para o lazer.
Primeiro seguimos para o Varadouro, impressionante corredeira no Rio Ribeira, em trecho aonde o rio tem um estreitamento, com forte aproximação das margens, em área toda de afloramentos graníticos, formando um grande afunilamento do curso, com desnível, consequentemente acelerando a velocidade da água que adquire uma força descomunal.
Na edição 18784 do jornal Correio Paulistano, de 30 de Outubro de 1915, página 3, na matéria “Ainda a excursão do sr. secretário da Agricultura – Passagem por Apiahy”, extraímos (reproduzido na íntegra) a seguinte descrição do Varadouro:
“Pelas 21 horas chegaram á Ribeira, villa apertada entre morros de enorme altitude, como qualquer povoado suisso.
Alli corre o rio de mesmo nome, que o vai precipitando de cachoeira em cachoeira até adquirir curso menos agitado nas planícies de Itaoca, offerecendo-nos, ao lançar-se nellas, o curioso espectaculo do “Varadouro”.
O Ribeira, que já veiu medindo uma largura superior a 70 metros, vê-se apertado neste ponto por duas muralhas de pedra que lhe permittem uma passagem apenas de 5 metros de largura, e isto numa extensão de 60 metros, mais ou menos. Formam as aguas alli tão rápida corrente, que uma pedra de 150 kilos que nella se lance não vai ao fundo sem caminhar a flor dagua por alguns metros!”
A publicação “Exploração do Rio Ribeira de Iguape – Commissão Geographica e Geológica do Estado de S.Paulo – 2.ª Edição – 1914” posiciona o Varadouro em um dos mapas, parcialmente reproduzido abaixo:
Na página 2 do relatório extraímos (reproduzido na íntegra) a seguinte descrição:
“No dia seguinte partiu a turma ás 7,5 da manhã; passou a corredeira da Aberta e ás 8 horas chegou á barra do rio Pardo, o principal affluente do Ribeira na margem direita. Continuando a viagem, passou a corredeira de Cutia de baixo, em seguida a da Cutia de cima, as de Roda Claudio, Cachoeira Feia, da Praia do Peixe, de Lavrinhas, Boa Vista, Jurúmirim de Cima, das Mamonas, Pararaca, corredeira e barra do ribeirão de Tatúpeva (onde é tradição haver antiquissimos cemiterios de indigenas), a da Anta Gorda, do Baixio Preto, do Salto da Anta, da Almotolia, do Páo Vermelho, das Lavras e finalmente a do Porto, próxima ao Porto Velho do Apiahy, onde a turma chegou ás 2,15.
Daqui foram dispensados o pessoal e as canôas que vieram de Iporanga e que não seguiram para diante, por não conhecerem o rio e porque julgam todos que se não pode transpôr a cachoeira do Varadouro, situada a uns dez kilometros mais ou menos ácima d´este ponto.”
Retornando do Varadouro e do “curto passeio pelas referências históricas acima” finalizamos o sabadão em confraternização e churrasco, preparando o espirito para a volta pra casa no domingo.
Vale a pena ver: Exploração do Rio Ribeira de Iguape – Commissão Geographica e Geológica do Estado de S.Paulo – 2.ª Edição – 1914
Veja também: Descoberto novo conduto na Caverna de Santana: Conduto Primeira de Suzi
Galeria de fotos:
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