Minas Gerais concederá exploração turística de grutas à iniciativa privada

A Rota das Grutas Peter Lund, em Minas Gerais, é uma das mais importantes áreas de visitação de cavernas do Brasil. São três unidades de conservação – Parque Estadual do Sumidouro, Monumento Natural Gruta Rei do Mato e Monumento Natural Peter Lund -, que somam mais de 2,4 mil hectares de áreas naturais. A região tem mais de 50 cavernas, 170 sítios arqueológicos e áreas naturais de tirar o fôlego. Tudo isso passará a ser explorado pela iniciativa privada. O governo de Minas Gerais lança, nesta quarta-feira (7), um projeto de concessão na expectativa de conseguir gerar receitas, aumentar o turismo e conservar as cavernas.

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O anúncio será feito nesta quarta-feira pelo governador de Minas, Antonio Anastasia. O primeiro passo do projeto é a abertura de uma consulta pública para coletar informações e opiniões sobre a Parceria Público Privada (PPP).

A empresa que obtiver a concessão da exploração turística das cavernas investirá na infraestrutura e na conservação das grutas e áreas naturais. Em contrapartida, terá o direito de ganhar dinheiro com o turismo de cavernas.

A PPP busca resolver um problema comum nas unidades de conservação brasileiras que estão abertas ao turismo: a falta de turistas. O Brasil atrai poucas pessoas para conhecer suas florestas, rios e grutas, e as estruturas para turismo nas áreas protegidas são extremamente deficientes. Um estudo publicado em março de 2013 pelo Instituto Semeia mostrou que 80% dos parques simplemente não geram nenhuma receita com turismo e visitação, e que 21% dos parques com potencial de turismo sequer têm estrutura para receber visitantes.

Em Minas Gerais, na região das grutas que serão concedidas à iniciativa privada, os números de visitantes hoje deixam claro o potencial para atrair turistas. A Rota Lund recebeu, no ano passado, cerca de 98 mil turistas. Para comparar, o Museu e Jardim Botânico Inhotim atrai 250 mil visitantes por ano, e os museus da cidade histórica de Ouro Preto chegam a receber 550 mil pessoas por ano, segundo os dados do governo de Minas.

Com a PPP, o governo espera conseguir um investimento inicial de R$ 25 milhões, nos dois primeiros anos de contrato. A expectativa é que o valor chegue a R$ 320 milhões, em um contrato de 30 anos. Na consulta pública, empresas e organizações da sociedade civil têm 60 dias para fazer comentários e críticas aos termos do contrato. Depois, começará a licitação para escolher uma empresa que vai não apenas proteger as cavernas, mas ganhar dinheiro com isso.

Sítio arqueológico na Rota das Grutas Peter Lund, em Minas Gerais (Foto: Governo do Estado de Minas Gerais)

Entrada de caverna na Rota das Grutas Peter Lund, em Minas Gerais (Foto: Governo do Estado de Minas Gerais)