Batido recorde de profundidade em Palopes, cavidade natural portuguesa mais profunda

Fonte: SIC NOTICIAS

Descida do Algar (nome atribuído em Portugal a grutas de desenvolvimento vertical)

Chama-se Palopes e é a cavidade natural mais profunda de que há conhecimento em Portugal. A exploração está a ser feita por uma equipa da Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente (AESDA), que ali já atingiu os 250 metros de profundidade.

Descoberto em Dezembro de 2010, no planalto de Santo António, concelho de Porto de Mós, o algar (nome atribuído a grutas de desenvolvimento vertical) tem vindo a ser explorado por espeleólogos da AESDA, uma associação de Torres Vedras.

Em Maio, numa expedição que durou cerca de 10 horas, foram alcançados os 250 metros de profundidade. Porém a cavidade é ainda mais profunda.

Os elementos da equipa, Rui Luís, Tátá Regala e Bruno Oliveira praticam espeleologia há mais de 15 anos, e acreditam que o algar poderá ter cerca de 300 metros de profundidade e terminar num colector com um curso de água que pode desaguar na nascente do Alviela.

Paulo Lopes descobriu o algar Palopes

O algar foi baptizado Palopes por ter sido descoberto por Paulo Lopes, um recém-associado da AESDA que participava numa caminhada de prospecção.

Por ser ainda inexperiente nas actividades espeleológicas, Paulo Lopes não participou na exploração da cavidade, mas espera que em 2012 já possa descer às profundezas do algar. “Tem o meu nome, tenho de descer lá baixo, nem que seja para o ano”, garante.

Até agora, o algar mais profundo de que havia conhecimento em Portugal era o algar dos Alecrineiros Sul, também situado no Maciço Calcário Estremenho, e explorado por uma equipa de espeleólogos franceses.

“O que o buraco nos reserva?”

Para a AESDA este é um marco na história da espeleologia nacional. Já está prevista uma nova expedição para descer até ao fundo da cavidade.

Os espeleólogos falam da actividade que praticam com entusiasmo. Nuno Rodrigues, outro dos elementos da associação torriense, diz que “a vertente lúdica da descoberta é o que cativa em primeiro lugar”. “Saber o que o buraco nos reserva, se é bonito, se tem estalactites e estalagmites”, explica.

Mas a espeleologia não é só prazer; é também trabalho. Há que fazer levantamentos topográficos, recolher dados sobre a geologia e a biologia nas grutas e algares, publicar artigos e participar em congressos.

Achados históricos

A principal descoberta da AESDA foi a maior necrópole neolítica da Europa, numa gruta na Serra de Montejunto, concelho de Alenquer, em 1993. A associação tinha apenas um ano de existência e ficou conhecida a nível internacional.

O recorde de profundidade, agora alcançado, não é equiparável, mas a notícia passou fronteiras. No seio da comunidade da espeleologia o recorde do algar Palopes já se espalhou. Os elementos da AESDA sabem contudo que há muito trabalho a fazer. A exploração ainda agora começou.

Carla Castelo, jornalista SIC

Mais informações

Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente

Federação Portuguesa de Espeleologia

Sociedade Portuguesa de Espeleologia

2 Comments

  1. Rui Luís 27/07/2011 at 07:47 - Reply

    Bom dia

    Após as ultimas explorações no Algar Palopes, este já conta com 275 metros de profundidade.

    Rui Luís

  2. Ericson Cernawsky Igual 27/07/2011 at 08:55 - Reply

    Olá Rui Luis,

    Recebemos com alegria suas novas informações!

    Esse espaço está aberto para a divulgação dos trabalhos em Palopes e demais trabalhos desenvolvidos em Portugal.

    Aproveito para convida-los a conhecer as cavernas Brasileiras, organizamos expedições com frequência por todo território, será um prazer recebe-los por aqui!

    Abraços

    Ericson Cernawsky Igual (OvO)

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