Prêmio Capes de Tese 2011: estudo A Importância Cultural do Carste e das Cavernas recebe menção honrosa na área de Geografia

Fonte: PUC Minas

A tese intitulada A Importância Cultural do Carste e das Cavernas, do professor da PUC Minas Luiz Eduardo Panisset Travassos, do Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial, recebeu menção honrosa da área, do Prêmio Capes de Tese – Edição 2011, referente a defesas de 2010. A distinção do prêmio pelo estudo também foi dada ao orientador e ao coorientador, respectivamente os professores Oswaldo Bueno Amorim Filho, do programa, e Andrej Kranjc, da Univerza v Novi Gorici, da Eslovênia.

A cerimônia de entrega do prêmio ocorrerá na sede da Coordenação de Pessoal de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes/MEC), em Brasília, no dia 11 de julho. A relação de vencedores do Prêmio Capes foi publicada no dia 6 de junho, no Diário Oficial da União.

Em 2009, o professor Luiz Eduardo também foi vencedor de prêmio da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege), com a melhor dissertação da área de Geografia, intitulada Caracterização do Carste da Região de Cordisburgo, Minas Gerais, juntamente com prêmio de melhor tese desse programa, de autoria de Alfio Conti, com o título O Espaço Perimetropolitano de Belo Horizonte: uma análise exploratória.

A tese
O carste é um tipo de paisagem desenvolvida principalmente em rochas altamente solúveis, com o calcário. Sua importância mais visível para o homem é a presença de grandes aquíferos subterrâneos que abastecem cidades inteiras no Brasil e no mundo.

De acordo com o autor da tese, o trabalho deverá “abrir um caminho em meio à carstologia nacional, em um campo de pesquisas ainda muito pouco trabalhado sistematicamente no Brasil”. Por meio de um extenso levantamento bibliográfico, do estudo das áreas protegidas da Unesco, da análise dos sítios visitados por Hayes (2005-2009) e o estudo de quatro cavernas santuário específicas (duas no Brasil, em Minas Gerais) e duas na Eslovênia-Itália, objetivou-se realizar um trabalho que favoreça a divulgação do uso cultural do carste e das cavernas.

Buscou-se, também, a espacialização das informações, a fim de colaborar com as discussões sobre o uso religioso de cavernas e inserir a temática nos estudos de Geografia da Religião em particular, e da Geografia Cultural em geral. Sítios culturais e sagrados ocorrem em uma variedade de paisagens e, por essa razão, o trabalho deve abrir um caminho em meio à carstologia nacional, em um campo de pesquisas ainda muito pouco trabalhado sistematicamente no Brasil.

O trabalho foi pensado para contribuir para a união entre a preservação do patrimônio cultural do carste e a conservação do patrimônio geológico e espeleológico. O estudo fundamentou-se no aprofundamento teórico dos temas relacionados às paisagens cársticas e sua relação com o turismo cultural e religioso, com revisão bibliográfica destacando a importância dos trabalhos de vários geógrafos importantes capazes de aliar os estudos físicos e humanos. São eles Humboldt, Malte-Brun, Reclus, Nicod e Gauchon. Dessa forma estabeleceu-se uma linha do tempo até os dias de hoje. A revisão bibliográfica se propôs a demonstrar e discutir a aplicabilidade de conceitos como topofilia (“amor pelo lugar”), topofobia (“medo do lugar”), sagrado e profano ao carste, relacionando-os a exemplos nacionais e internacionais. Essa etapa foi importante para a construção de um referencial teórico básico, essencial para o desenvolvimento da temática do trabalho. Foi inserida a metodologia de inventariação e quantificação para a avaliação do patrimônio geomorfológico utilizada por Pereira (2006) e aplicada pela primeira vez ao carste Português por Forte (2008) aos sítios sagrados nacionais.

Os resultados indicam que o patrimônio cultural da paisagem cárstica tem se tornado objeto de destaque nas comunidades científicas internacional e nacional, embora ainda poucos trabalhos abordem a temática no Brasil. Igualmente recentes são os trabalhos que apresentam a importância cultural do carste e das cavernas. Assim, as questões que foram tratadas no trabalho devem ser vistas como uma contribuição para a Geografia e a Carstologia, ambas consideradas como ciências plurais.

Assessoria de Imprensa

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