Publicado no periódico Subterranean Biology pesquisa desenvolvida com águas subterrâneas de Terra Ronca, Goiás

SMALLHEAD1323167947SubterBio2Foi publicado no periódico Subterranean Biology o artigo “Aquatic biota of different karst habitats in epigean and subterranean systems of Central Brazil – visibility versus relevance of taxa”, primeiro trabalho para o Brasil focando a diversidade da biota de água de infiltração na rocha. Neste trabalho, que fez parte de Projeto Fapesp da Professora Doutora Maria Elina Bichuette, coordenadora do Laboratório de Estudos Subterrâneos – UFSCar, e parte de pesquisa de Mestrado de Luiza Bertelli Simões, foi verificada a biodiversidade registrada nestas águas, as quais atravessam a camada mais superficial da rocha calcária e aparecem em diferentes horizontes das cavernas do Parque Estadual de Terra Ronca (PETER). Foi comparada a biodiversidade destas águas com ambientes epígeos (drenagens superficiais) e notada uma marcante singularidade na biota registrada. Além disto, comparando-se com estudos realizados em regiões temperadas, foi notada uma composição mais diferenciada ainda, o que demonstra uma diferença clara entre regiões temperadas e tropicais.

Resumo:

Há diversas vias de infiltração de água no meio subterrâneo, como a captura de rios superficiais e águas de chuvas. O epicarste é uma zona insaturada, com intensa circulação de água e matéria orgânica através de microfissuras nas rochas. A percolação dessa água produz extensa rede de micro hábitats, desde pequenos condutos preenchidos por ar e/ou águas temporária, até bolsões permanentes. Este fluxo hídrico influencia a diversidade e distribuição da biota aquática subterrânea. A área cárstica de São Domingos, Brasil central, possui extensos sistemas de drenagem. Para entender sua biodiversidade, filtramos diversos volumes de água em trechos de rios subterrâneos e superficiais, em cinco ocasiões. Amostramos gotejamentos (152l), piscinas de travertinos (368l), rios epicársticos (6.395l) e riachos subterrâneos de nível de base (4.175l), ressurgências (158L) e rios epígeos (101.690l). Em alguns pontos, medimos variáveis físicas e químicas da água.  Utilizamos análise de correlação canônica (CCA) para verificar relações táxons-ambiente. Verificamos o grau de similaridade da biota por análise de agrupamento (Jaccard, single linkage). Os gotejamentos epicársticos foram os mais singulares. Houve registros de táxons exclusivos ao epígeo e subterrâneo, principalmente em águas epicársticas. Existe alto grau de singularidade entre estes horizontes subterrâneos. O estudo mostrou que a biota aquática subterrânea tropical é tão rica quanto de zonas temperadas, apresentando diferenças na composição taxonômica.

O artigo na íntegra pode ser visualizado em:

Aquatic biota of different karst habitats in epigean and subterranean systems of Central Brazil – visibility versus relevance of taxa 

Foto: Maria Elina Bichuette

Foto: Maria Elina Bichuette

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