Expedição Rio Grande do Sul: 5º dia – 20.04.2011

Sr. Oliveira (Seu Azeitona) e Sra. Rosalina em frente ao Hotel Pousada Havan, Manoel Viana-RS.

Retomamos a rotina de acordar bem cedo, com café da manhã agendado para as 06:30.

Prontamente o Seu Azeitona preparou a mesa e antes das 07:30 o carro estava com a carga arrumada. Hora de despedidas dos novos amigos de Manoel Viana e pé na estrada.

Na pratica nosso destino, Herval, mais ou menos entre Bagé e Pelotas, é do outro lado do estado. Fizemos um cálculo visual da quilometragem no mapa, chute rápido de 300 a 400 km, por volta do meio dia chegamos lá…

Pegamos a RS 241, entrando a esquerda nas proximidades de São Vicente do Sul, sentido Rosário do Sul, aonde pegamos a BR 290 no sentido Porto Alegre.

Paramos em São Gabriel para tentar levantar brevemente maiores informações sobre a Caverna dos Jesuítas. Sem sucesso, optamos continuar nossa viagem para Herval.

Um pouco adiante, em Lavras do Sul, algumas minerações de calcário e dolomito acionaram o sinal de alerta. Em outra ocasião vale a pena uma boa dedicação a essa área. Continuamos o nosso destino do dia.

No trevo de Caçapava do Sul um acidente havia bloqueado a estrada desde a madrugada e resolvemos continuar na BR-290 por mais 16 quilômetros e pegar outro acesso para Bagé.

Lontra adulta atropelada na rodovia.

Foi marcante nessa viagem o número, preocupante, de animais silvestres atropelados nas rodovias. Se via de tudo, gambá, tatú, graxaim, preá, etc. No trecho entre Rosário do Sul e São Gabriel, em área de banhados, triste destaque para uma lontra adulta.

Durante essa mudança repentina de trajeto, uns 5 km após o trevo de Caçapava, tudo transcorria tranquilamente quando mais um bicho morto, de relance, chamou nossa atenção…

“…Vejam, mais um bicho, o que é… Atum, um atum!!!… O que, um lata de Atum?… Não é um atum mesmo…”

Freada brusca e ré até o errante bicho atropelado.

O deslocado peixe atropelado na rodovia.

Olhando sem a velocidade da estrada descobrimos que não se tratava de um atum, mas sim um dourado, ou outro peixe qualquer, com mais de 1 metro de comprimento.

“… ah, não é um atum, é um dourado!!!…”  Claro, dourados são super comuns nas estradas…

Nossa teoria suscita o marketing, a superexposição e a depressão pós-fama.

O dourado atropelado se assemelhava muito a um peixe fantasiado de cachorro de um comercial de automóvel, com identificação dificultada pelo impacto do acidente.  A falta de reconhecimento publico depois dos 15 minutos de fama levou o pobre peixinho a uma tristeza sem fim e ele usou as pernas de sua fantasia de cachorro pra dar cabo a própria vida. Mais um escamoso, e olha que ele nem é um ex-BBB, sem rumo e perspectiva.

Continuamos nossa viagem.

No meio do caminho um Perau de grandes proporções chamou a atenção, resolvemos perguntar sobre a possibilidade de cavernas em uma casa ao lado da estrada. Segundo informações do morador, nenhuma possibilidade naquelas bandas. Mas alguns quilômetros adiante, na localidade de Rincão do Inferno ele relatou conhecer algumas cavernas, sem saber dar uma noção de tamanho. Além dessa referência ele citou a Toca do Sapateiro, com acesso pela localidade de Coxilha, aonde poderíamos obter informações com o Jair, em uma venda pintada de amarela. Coincidentemente nosso objetivo em Herval também se chamava Toca do Sapateiro. Não achamos a localidade de Coxilha, tampouco o Jair e sua venda amarela e alcançamos a BR 293, nas proximidades de Bagé, seguindo sentido Pelotas.

Com a incrível falta de postos de gasolina no trecho percorrido, e o tanque do carro roncando de fome, paramos em Hulha Negra, nos obrigando a sair mais de 3 km da rodovia, para alcançar o único posto da cidade, localizado em um pequeno povoado. Perguntamos sobre cavernas para o atendente e ele indicou que encontraríamos em Pedras Altas, no meio do nosso caminho para Herval.

Retornamos para a estrada e na cidade de Pinheiro Machado entramos à direita e seguimos para Pedras Altas. Lá paramos para perguntar sobre a tal referência em um posto de gasolina, e surpreendentemente a primeira pessoa consultada de cara comentou que o Sr. José Antônio Paiva havia mostrado na semana anterior um álbum de fotos da Toca da Tigra.

Dicas de acesso e fomos procurar o Sr. José, em sua fazenda. Ele estava em viagem, mas um funcionário nos colocou em contato pelo celular, que passou todos os detalhes do local e informou que retornaria na noite do dia seguinte, se colocando a total disposição. Como nossa agenda estava corrida, e o contato já está estabelecido, vai ficar para a próxima expedição.

Continuamos sentido Herval, nossa ideia era tentar chegar ainda hoje na Toca do Sapateiro…

Casarão de pedra na estrada de terra entre os municípios de Pedras Altas e Herval

Mais uma hora de estrada de terra e lá chegamos, por volta das 16:00, depois de percorrer 650 km. É, o chute visual de distância e cálculo de tempo estava um pouco errado.

Arrumamos nossa vida, fechamos hospedagem e voamos em busca da referência. Menos de 20 minutos e chegamos ao galpão de uma empresa chamada Frigorifico da Gruta . Perfeito, estava fácil demais!

Perguntamos se poderíamos ver a gruta e nos autorizaram na hora. Quando perguntamos o acesso, falaram que estava na parte da frente do galpão…

Grutinha artificial com um metro de altura e o mesmo tanto de comprimento e largura e uma santa em seu interior.

Estaca zero!!!

O tempo prometendo chuva e das fortes nos convenceu a voltar para o Sind Hotel e nos instalar devidamente.

Fomos jantar no Restaurante  Mac Delícias, (53) 3267 1419,  da hospitaleira Denise Cassuriaga da Silva, que sabendo de nossos planos prontamente agilizou contatos pela cidade. Quando finalizamos nossas pizzas, excelentes e com preço honestos, vale ressaltar, recebemos o Sr. João Bosco Greca Mesquita, veterinário responsável pelo controle de raiva na região.

Após descrever várias referências e indicar vários contatos, ele fez um mapa de memória com todas as descrições, indicando em especial o Sr.Dalmo Dutra, proprietário da fazenda aonde se localizava a Toca do Sapateiro.

Voltamos para o Sind Hotel e fomos recepcionados pelo Ronaldo, proprietário do estabelecimento, que acionou seus contatos, reforçando a indicação do Sr.Dalmo Dutra e de seu filho Luiz Eduardo Dutra e Dutra (Chito), que combinou de nos levar até a casa de seu pai amanhã. Horário marcado pra sair as 08:30.

Café marcado para as 08:00, oportunidade rara de dormir um pouco além da média dos dias anteriores…

2 Comments

  1. Marcelo Fernandes 11/07/2014 at 21:51 - Reply

    Em se tratando de tocas aqui em Santo Antonio da Patrulha-RS estamos bem servidos, inclusive onde foi encontrado, no sítio do Campestre, o esqueleto mais antigo do RS(não tenho certeza, mas parece que é de 11000 anos)e chama-se Zézinho.
    Muito bacana essa história de vcs.
    Eu cheguei aqui numa busca por lontras, é que tbm achei uma atropelada na RS030, próximo a cidade.

    • Ericson 12/07/2014 at 20:21

      Olá Marcelo,
      Vc tem mais informações sobre essas tocas?
      Estamos planejando nova expedição e toda informação é bem vinda!
      Abraços
      Ericson Cernawsky Igual

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